domingo, 25 de abril de 2010

Questionamentos

Voltaire (16941778), flósofo francês, foi um árduo defensor das liberdades, inclusive da liberdade religiosa. Suas ideias infuenciaram pensadores da Revolução Francesa. Escritor político, usava suas obras para criticar as instituições francesas e a Igreja Católica

Aquele que não aceita questionar sua fé e sua religião perdeu esta capacidade inerente a todo homem: o pensar







Embora pareça óbvio que as consequências de um terremoto (ou mesmo de uma enchente, furacão ou outros desastres naturais) são inseparáveis do tipo de sociedade na qual ocorre o desastre, essa era uma ideia totalmente nova no século XVIII.
O fanatismo religioso era e é o pior inimigo da razão “a carcereira impiedosa da razão”. Essa ideia foi sustentada na polêmica em defesa da Encyclopédie, de Diderot e de D’Alembert, contra católicos conservadores. Em 1758, quando a obra desses pensadores sofria fortes retaliações, Voltaire exortava dizendo a estes para lançarem-se “contra a canalha”, aniquilando seus sofismas, seus absurdos, suas vãs declarações. A “canalha”, exortada por Voltaire, eram os padres acusados de “fechar a razão humana nas cadeias do dogma”. No entanto, havia uma exceção: os padres céticos, que liam e admiravam Voltaire.

A obra de Jules-Eugène Lenepveu (1819-1898), retrata Joana d’Arc, mártir francesa, heroína da Guerra dos Cem Anos, sendo queimada viva ao ser condenada por heresia e bruxaria. Mais tarde, a igreja reconheceu sua inocência e a beatifcou







OPRESSORES DA RAZÃO

Os padres eram considerados opressores da razão e dos sagrados direitos. No Dicionário filosófico, Voltaire não lhes perdoa as ofensas à razão. Escreve: “quando um padre diz ‘Adorai a Deus, sede justo, indulgente e bondoso’, é um bom médico. Quando diz ‘acreditai em mim ou sereis queimado’, é um assassino”. De imediato, somos levados a pensar que Voltaire odiava o clero com toda sua ira, mas não é bem isso. Voltaire não suportava a forma com que o clero pregava o cristianismo. Conta que na França, um cura chamado João Meslier, ao morrer, pediu perdão a Deus por ter ensinado o cristianismo a seus paroquianos. Essa confissão mostra como a prática do cristianismo era cruel e abusiva, pois, além do clero não temer a Deus, usava o nome de Deus para sufocar e instigar as pessoas contra outras seitas.O pior de tudo é que isso ainda vem sendo pregado nos dias de hoje, onde sermões usando se a Bíblia em textos fora de contextos para se criar um pretesto para se fazer uma lavagem cerebral na pessoa e assim a deixar com sentimento de culpa que só determinada comunidade poderá dar a salvação, ou seja se dizem instrumentos e representanmtes de Deus aqui na Terra para lhes dar a salvação!


Um Terremoto ocorrido em Lisboa, em 1755, que deixou cerca de 30 mil mortos. A Igreja disse ser uma punição divina contra pecadores da cidade e Voltaire se revoltou contra essa explicação

A intolerância mais bárbara entre os cristãos, sem dúvida, dava-se na França. Eram os próprios cristãos os perseguidores, os carrascos e os assassinos dos próprios irmãos. Destruíam cidades com crucifixo ou Bíblia na mão, sem cessar de derramar sangue e acender fogueira. Contudo, essa era uma prática que não se dava em todos os países da Europa. Se muitas destas barbáries foram encabeçadas pelo clero francês, padres católicos de nenhum outro país protestante agiam assim, segundo Voltaire, dando como exemplo os padres da Inglaterra e da Irlanda que ali viviam pacificamente. A indignação estava na tentativa de encontrar uma resposta ao porquê de sua nação ser sempre a última a abraçar as opiniões saudáveis dos outros países.

Para Benjamim Franklin, “o jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão”. De fato, os homens precisam exercitar a razão, e não aceitar seus dogmas de forma fanática e cega. O raciocinar pela metade só leva ao fanatismo e falsas superstições, pois aquele que não aceita questionar sua fé, seus dogmas e sua religião, perdeu esta capacidade inerente a todo homem: o pensar. Este homem passa a ser um indivíduo que apenas repete “verdades” reveladas, por mais absurdas que sejam. A humanidade ainda tem muito para avançar se destruir de vez o fanatismo religioso de seu interior, que tanta desgraça e destruição tem trazido ao mundo.

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